16 de outubro de 2013

Professor: se não faz tudo faz quase

Professor: se não faz tudo faz quase

Se nós, professores, na escola de educação fundamental e infantil, local em que as crianças estão inseridas, não desempenhamos tudo, desempenhamos, pelo menos, quase tudo. Está correto quem procura defender que, nos dias contemporâneos, o professor realiza múltiplas atividades, que inclusive não deveriam estar sob sua responsabilidade, uma vez que responsabilidade peculiar a si é ensinar a todos aquilo que sabe, rumo à formação cidadã. Porém, diante das circunstâncias às vezes malévolas, seu trabalho não se resume à sala de aula, o que não é agradável.
Para não mentir, comprovo o que escrevo: há escolas noturnas muito próximas de nós, cheia de alunos que merendam porque, quando não é o docente, a coordenadora pedagógica faz a merenda; quando a água das torneiras do bebedouro se espalha pelo pátio da escola, é preciso que alguém como a coordenadora ou o auxiliar de secretaria vá empurrá-la com o rodo.
Ora mais, costuma-se dizer que professor desempenha papeis muito importantes, como de psicólogo, de amigo dos alunos, de orientador da vida, amigo ou conselheiro, mas desempenha papéis muito menores também, já que varre às vezes, oferta lanche noutras vezes, e mais isto e aquilo em outras ocasiões para suprir a carência desastrosa do sistema de educação das massas. E há uma justificativa para isso: o descaso com a educação pública. Relegado a atividades que não são suas, os professores se enchem de preocupações inevitáveis, porque, de qualquer forma, as crianças não podem ficar desamparadas, uma vez que não possuem culpa pelo que não lhes é oferecido.
Olhe-se essa situação de perto e fique a interminável pergunta: para onde vai a educação?
Setembro de 2013

12 de outubro de 2013

Relatório de visita à Euroville, em Santana do Cariri - CE



Relatório de visita à Euroville
Nós, alunos do Curso Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), do Projeto Professor Aprendiz (PPA), mediados pela professora formadora Lucélia Diniz, saímos, no dia 8 de outubro, de Araripe rumo a Santana do Cariri, visitar a Euroville, a mais ou menos 8 km de Nova Olinda. Nosso café da manhã aconteceu nesta cidade, antes de partirmos para a nossa atividade, qual seja: praticar a arte da fotografia no espaço temático mencionado.
A palavra “Euroville”, segundo nos disse o morador de uma das residências, origina-se de duas putras palavras: euro, que significa Europa, e ville, que significa cidade, Assim,  Euroville significa cidade européia.
Construções que ficam à entrada da Euroville (Uma capela, à direita, e um templo, à esquerda.

Ao chegar, subimos por uma ladeira de pedra, junto a qual se encontra u lago com peixes criados a mais de 7 anos, e que, juntos, formavam um bonito coral que alegrou nossos olhos. Olhar os peixes, e fotografá-los, foi-nos uma grande diversão.
José Moreira, o morador, serviu-nos de guia, informando-nos sobre as curiosidades relativas às moradias construídas naquele espaço. Ele nos disse que aquelas construções não representam o exemplo de arquitetura contemporânea, mas a evolução da arquitetura européia ao longo do tempo. Mostrou-nos casas inspiradas em modelos da Inglaterra, da Itália, da França, da Suíça, de Portugal. Vimos construções incríveis como uma ruína de um templo grego, uma torre cuja inspiração veio da Torre Eifel de Paris e um castelo Português. 
Grupo de estudiosos na saída da Euroville.

O jardim é um dos empreendimentos de maior beleza e sutileza. Notamos, em nossa atividade turística, o quanto as construções prezam pela fidelidade às construções originais. Nesse sentido, observamos as portas de madeiras arcaicas, cuja elegância só pode ser percebida no conjunto da obra.
Vista panorâmica da Eroville.
 
No jardim suíço da Euroville.

Um castelo português na Euroville.

A pedra filosofal em templo na Euroville.



Ruína de templo grego, na Euroville.

Esse espaço temático, pertencente a pessoas de uma mesma família, é um verdadeiro exemplo de arquitetura européia, o que faz jus ao nome do lugar, entretanto, é também um exemplo de verdadeira arte, de uma estética exuberante, de expressiva sabedoria humana, de criatividade que se imortaliza no tempo e que, fundindo-se à cultura caririense, tende a encantar o povo cearense que, assim como nós, se dispõe à atividade turística.
Manoel Neto de Sousa
Rosangela da Mota de Oliveira
EEEP Presidente Médici/Campos Sales

4 de outubro de 2013

Tempos do "em família"

Tempos do “em família”

Antes dessa geração havia não sei o que de mais profundo no âmbito das relações familiares. Pode ser até que eu não tenha uma convicção certeira, mas penso que talvez as pessoas estivessem unidas num laço cujas fitas eram mais fortes que as de agora.
Há décadas passadas, havia momentos x em que as famílias procuravam reunir-se ou para saborear o feijão quente com torresmo, na tarde de chuva, ou para posar e tirar uma fotografia, o registro por excelência do parentesco e das afinidades. Eu, propriamente, por sobre a serra da cidade, vivi instantes grandiosos com os meus familiares, quer na hora de saborear a galinha caipira que a minha mãe preparava para nós, quer no momento de rezar a novena de Nossa Senhora da Conceição, aos sábados. Momentos como esses não podiam ser feitos a sós, porque perdiam a graça ou se tornavam excrescência. E, ocorresse o que ocorresse, sempre deveria estar reservado o espaço para a reunião familiar. Permitia-se que o sujeito chegasse cansado da roça, mas não lhe era concedido deixar de jantar em conjunto. Permitia-se que alguém às pressas passasse para uma visita, a qualquer hora, mas essa criatura não podia ir-se embora sem tomar uma xícara de café, pois antigamente recusar uma xícara de café equivalia a cometer um crime.
Da mesma maneira era crime um filho ficar embirrado com os pais, fugir a uma ordem, dizer uma palavra que fosse ofensiva aos progenitores. Passou o tempo em que os pais se sacralizavam.
Isso não quer dizer que não houvesse as desavenças e a falta de entendimento entre os componentes das famílias. Existia, sim. Contudo, parece que se levava muito mais a sério a responsabilidade de fazer parte de uma família. Isso se media nas ações de companheirismo. A vida em família parecia aqueles contos regionalistas bonitos que a gente lê sem ter que se exaustar. Hoje, a vida familiar devia ainda ser esse conto bonito, e ser lido por todos. Devia também, essa vida familiar dos brasileiros, deixar de ser exaustiva.

02 de outubro de 2013