10 de setembro de 2013

Sobre ser pai

Sobre ser pai


Nunca disse nada a ninguém acerca da experiência de ser pai, porém não foram os motivos que faltaram: só tinha que estar totalmente preparado para mencionar o assunto, e isso exigia um pouco de espera... Não podiam sair palavras meras.
Ser pai é o dom maior dentre todos os dons. Quem não gostar desse negócio de dom, posso expressar assim: ser pai é a aprendizagem maior dentre todas as aprendizagens, é o papel peculiar dentre todos os papéis, o papel principal de todas as encenações.
Algum filósofo mencionado por Moacir Gadotti já disse que o amor entre duas pessoas se completa quando nasce um filho, e eis que é uma verdade pura. E não só o amor entre um casal se completa, mas também o amor que, individualmente  temos por nós mesmos, e completa também o amor existencial que temos pelo mundo. Um filho redimensiona nossa forma de existir.
Penso, pelo que tenho vivido, que ser pai é a tarefa peculiar do homem. Um homem que tem filhos é verdadeiramente homem. A grandeza de qualquer homem se resume nisso: em ser pai. Claro que outros homens são também homens se não tiverem filhos, mas homem mesmo é o homem pai.
Entretanto, não se é pai à toa. O verdadeiro pai precisa considerar alguns atributos essenciais: em primeiro lugar está a capacidade de amor incondicional ao filho (um pai que, por um breve segundo, deixar de amar seu pequeno, estará pecando contra sua própria natureza); em segundo lugar, o pai deve trabalhar a afetividade em seu filho, procurando saber de suas aflições e ansiedades, bem como aquilo que o anima e faz feliz; e em terceiro lugar vem a sua disposição, também incondicional, para educá-lo, erudita e moralmente, dentro dos padrões elegidos por si;
Ora mais, ser pai é como ser filósofo. Não, é um pouco mais do que ser filósofo! Porque um filho sara os arranhões que a vida nos dá, espanta as tristezas quotidianas, traz de volta a vitalidade que em algum momento perdemos.
E que fique esse recado, que a essência de ser homem resume-se à capacidade de dar vida a outra pessoa, para depois tomar nova vida e coragem. E quando é que se toma coragem e esperança para labutar no mundo? Quando vemos nosso pequeno correr pela casa, rasgar um sorriso para nós, nos der um abraço, realizar o primeiro gesto de amor, o primeiro balbucio. Se tivermos coragem de nos sensibilizar diante disso, teremos a capacidade de realizar o papel de ser homem, através da dádiva de ser pai.

10 de setembro de 2013
Créditos da imagem:https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&docid=YbNHJip-0Djd0M&tbnid=hSabYA68NHwlhM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Frecado.info%2Frecados%2Fdesenho-pai-e-filho&ei=orgvUq-JAZHE9gS3uIDQBg&bvm=bv.51773540,d.eWU&psig=AFQjCNFusiB5ldzOU5EaiHopgNqOPzCemQ&ust=1378945545413748




2 comentários:

  1. Bela reflexão! A presença paterna é fundamental na educação dos filhos! Infelizmente alguns pais delegam a educação dos filhos às mães! Eis que o ato de educar é uma missão tanto do pai quanto da mãe!

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